Avicultura paulista adota procedimentos de compartimentação para garantir segurança nas exportações
Avicultura paulista adota procedimentos de compartimentação para garantir segurança nas exportações
Certificação de compartimentação segue as normas da Organização Mundial de Saúde Animal
O Estado de São Paulo deu um importante passo na proteção das suas exportações do agronegócio com implantação de projeto de compartimentação da avicultura industrial para prevenir o plantel de Influenza Aviária e doença de Newcastle, de acordo com as regras estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O projeto foi apresentado no último dia 9 de dezembro de 2016, na sede da empresa Cobb-Vantress, em Guapiaçu. Com 34% da produção voltada à exportação, a empresa de genética avícola Cobb-Vantress foi a primeira do Brasil a receber o documento, emitido pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A certificação com validade de dois anos se estende às unidades da empresa em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, acompanhou a formatação do projeto da Cobb, a partir de 2006, incluindo as simulações e o atendimento às exigências de biosseguridade pelo órgão internacional. O órgão paulista será responsável pela monitoria das propriedades no entorno do compartimento.
Para o diretor-executivo da Cobb-Vantress para a América do Sul, Jairo Arenazio, a conquista da certificação é um importante passo para que outras empresas sejam reconhecidas. “Em 2006, a Cobb atingiu um volume expressivo no mercado brasileiro e queríamos focar na exportação. O processo de biosseguridade é uma garantia de que o nosso produto chegará em perfeitas condições ao seu destino final”. De acordo com o executivo, a compartimentação trará um importante diferencial ao agronegócio brasileiro. “A próxima etapa é certificar e controlar os fornecedores de milho, por exemplo, promovendo total garantia sanitária no estoque”, afirmou.
O coordenador de Defesa Agropecuária da Secretaria, Fernando Gomes Buchala, que representou o secretário Arnaldo Jardim na entrega, participou da elaboração do projeto. “Em 2004, nós nos preocupamos em saber como o mercado brasileiro reagiria no caso de um possível surto e a primeira opção seria o fechamento do mercado. Surgiu então a necessidade de blindar o sistema para que não comprometa os negócios do País”, afirmou.
“Essa certificação é um primeiro passo e nos traz uma grande responsabilidade de garantir a sanidade dos planteis, atividades que demandam mais ações da equipe de defesa agropecuária paulista”, relatou Fernando Buchala.
Para o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer, a ação destaca o pioneirismo do agronegócio brasileiro. “Pelas proporções continentais do Brasil, a compartimentação é de extrema necessidade para que uma situação isolada em uma região não afete o comércio internacional de São Paulo, por exemplo. È um grande passo para o aperfeiçoamento da biosseguridade, que acredito que, em breve, será disseminado a todas as casas genéticas e, a médio e longo prazo, pode migrar à produção do frango e outros demais setores da cadeia produtiva”, explicou.
Na opinião do superintendente do Mapa no Estado de São Paulo, Francisco Jardim, a adequação às normas da OIE é uma clara demonstração da parceria entre o setor público e produtivo. “É uma ação focada na busca do interesse comum. Hoje o Brasil é o quinto produtor de alimento do mundo, com a responsabilidade de abastecer mais de 200 países. Temos uma vantagem comparativa muito forte de recursos como terras, água, clima, pessoas, e precisamos transformar isso em vantagem competitiva, trabalhando juntos em ações como a adoção da compartimentação”, afirmou.
“A OIE estimulou o Brasil a adotar o programa de compartimentação, uma forma de conferir crédito a essa operação adotada por um País de grande relevância ao agronegócio. Foi uma quebra de paradigmas, um programa construído com o apoio do governo e auditado pelo Ministério”, avaliou o diretor de Produção da ABPA, Ariel Mendes. “Os requisitos são estabelecidos pelo Ministério e Secretaria e envolvem granja de matrizes, reprodutoras, abatedouros e fornecedores. A participação da defesa agropecuária paulista foi essencial, pois órgão promoveu a monitoria sorológica tanto no compartimento como no seu entorno”, contou.
Por: Paloma Minke