Secretaria de Agricultura incinerará 400 toneladas de agroquímicos obsoletos em São Paulo
Secretaria de Agricultura incinerará 400 toneladas de agroquímicos obsoletos em São Paulo
Mais de 420 toneladas de agroquímicos obsoletos guardados em propriedades rurais no território paulista serão incineradas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O anúncio foi feito pelo secretário-adjunto da Pasta, Rubens Rizek Jr., que representou o governador Geraldo Alckmin durante a solenidade de 15 anos do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), realizada em São Paulo, no dia 19 de dezembro de 2016.
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária, mantida pela Pasta, contratou, por meio de licitação, uma empresa especializada para fazer a queima dos produtos. Para obter a autorização, a empresa atualizou sua licença ambiental, junto à Companhia Ambiental do Estado De São Paulo (Cetesb), da Secretaria do Meio Ambiente para realizar a incineração desses os defensivos agrícolas, em especial os organoclorados usados na produção agropecuária, sendo que o mais conhecido, o Hexabenzeno de Cloro (BHC), que tem fabricação, comercialização e utilização proibidas por lei no País.
A parceria entre o Governo do Estado de São Paulo com o Inpev estabeleceu que a Secretaria de Agricultura, por meio de sua Defesa Agropecuária, seria responsável pela fiscalização e incineração dos produtos e o Instituto pelo o acondicionamento e o transporte, e a Cetesb pela emissão das licenças necessárias para o processo.
Nessa primeira etapa serão incineradas cerca de 30 toneladas. O Inpev fará a logística, retirando os produtos obsoletos de mais de 250 propriedades rurais e levando para a cidade de Mauá, na região Metropolitana de São Paulo, onde será feita a queima. “A nossa expectativa é finalizar a queima em três meses. Essa é uma ação estabelecida pelo governador Geraldo Alckmin para garantir a saudabilidade dos alimentos, evitando que esses resíduos cheguem à nossa produção e para preservar o meio ambiente, por se tratar de um composto químico nocivo à natureza”, comentou Rubens Rizek.
De acordo com o coordenador-adjunto da Defesa, Mário Sérgio Tomazela, a Coordenadoria encaminhou para a Assembleia Legislativa um projeto de lei com a regulamentação da fiscalização por parte da Defesa Agropecuária totalmente voltada à questão agrícola. “Além disso, preparamos o sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave) para fazer o controle dos agrotóxicos desde a indústria, passando pelo distribuidor, revenda, produtor até o retorno da embalagem nas Casas de Embalagens”, disse.
“Com a regulamentação do Gedave, poderemos fazer um monitoramento detalhado de cada grama de defensivos agrícolas vendido em território paulista impedindo o comércio e o uso de produtos ilegais, que podem causar danos ao meio ambiente e a quem os aplica”, complementou o secretário-adjunto.
O controle de resíduos e a regulamentação do uso dos agroquímicos serão feitos em parceria com o Instituto Biológico, da Secretaria. “Faremos colheitas fiscais de produtos como tomate, pimentão, morango, alface, goiaba, cenoura e pepino, que passarão por uma rotina de monitoramento e de controle de resíduos. Temos também o compromisso de rever e atualizar a lei de conservação e fiscalização do solo agrícola e questões voltadas ao manejo integrado de pragas da citricultura” elencou o coordenador-adjunto da Defesa, Mário Sérgio Tomazela.
15 anos do Inpev
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento foi homenageada por sua atenção especial com a aplicação correta e destinação das embalagens dos defensivos agrícolas, durante a cerimônia de comemoração de 15 anos do Inpev, entidade criada pelos fabricantes de agroquímicos com o objetivo de recolher as embalagens vazias promovendo a conservação do meio ambiente.
“O Brasil é referência mundial na destinação ambientalmente correta do material, encaminhando 94% de embalagens plásticas primárias para reciclagem ou incineração, e isso é possível graças ao trabalho do Instituto, que é um grande parceiro do Governo do Estado de São Paulo”, afirmou Rubens Rizek.
De acordo com o diretor-presidente do Inpev, João Cesar Rando, o trabalho do Sistema Campo Limpo tem como princípio as responsabilidades compartilhadas entre todos os elos da cadeia produtiva (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) para realizar a logística reversa de embalagens vazias. “Para nós é um orgulho ver o resultado desse trabalho, pois além de preservar a natureza, tirando os resíduos, também contribui para a geração de mais de dois mil empregos diretos e milhares de empregos indiretos”, comemorou.
Para o representante da empresa Plastibras Dutos Corrugados, Adilson Valera, a atuação de todos os elos da cadeia se transformou em um bem para o meio ambiente e para aumentar a produtividade das empresas parcerias do Inpev. “Os nossos produtos são feitos a partir de material reciclado dos defensivos agrícolas. O trabalho que o Sistema Campo Limpo realiza é fundamental a indústria”, disse.
Já o representante da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Mário von Zuben, acredita que o Sistema Campo Limpo aponta o comprometimento da indústria na retirada desses resíduos da natureza e reciclando para novas embalagens. “É um projeto reconhecido mundialmente e mostra a responsabilidade do País com a logística reversa”, destacou.
O Instituto atua como núcleo de inteligência do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas) e é responsável por uma série de benefícios ambientais.
Por Paulo Prendes