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25/08/2016

Secretaria fortalece a vigilância para a manutenção da zona livre da PSC

Atualizado em 25/08/2016 às 00h00

Secretaria fortalece a vigilância para a manutenção da zona livre da PSC

Ser reconhecido como estado livre da peste suína clássica (PSC) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) faz com que o estado de São Paulo - detentor do sétimo maior rebanho brasileiro com mais de 800 mil cabeças, cerca de 4,7% do rebanho nacional - tenha acesso a mercados exigentes, o que amplia o compromisso com a vigilância para a manutenção deste status.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, envolvida nesse processo e no compromisso de evitar riscos à sanidade dos suínos, estabeleceu, em parceria com o setor produtivo, medidas para o fortalecimento das ações de vigilância em todo o plantel suídeo. Nesse sentido promoveu a capacitação dos executores, médicos veterinários e auxiliares técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária que atuam em 40 Escritórios de Defesa Agropecuária (EDA) distribuídos em todo o Estado.

“Já iniciamos o inquérito soroepidemiológico que contemplará cerca de 320 propriedades amostradas com a colheita de aproximadamente 1.700 amostras para confirmar a ausência da circulação do vírus da PSC”, informou o médico veterinário da Secretaria, Artur Luiz de Almeida Felício, que na Defesa Agropecuária responde pelo Programa Estadual de Sanidade Suídea.

Com base na Norma Interna (NI) 05, de 2009 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para a manutenção do status, outras ações de vigilância devem ser realizadas pelo serviço veterinário oficial, além do inquérito, como informa Abel Ricieri Guareschi Neto, médico veterinário da Superintendência Federal de Agricultura do Paraná, consultor do Programa Nacional de Sanidade Suídea.

São elas: a vigilância passiva com a notificação de ocorrência; monitoramento sorológico e inspeção em frigoríficos realizada por médicos veterinários; comunicação da mortalidade em granjas comerciais; monitoramento sorológico em granjas de reprodutores certificados; vigilância em propriedades de risco pelo órgão oficial de defesa; e a vigilância direta em suídeos de vida livre. “Agora estamos nos olhos do mundo. Quando a gente comunica para a OIE que estamos preparados e que estamos fazendo a vigilância, estamos abrindo as portas para qualquer auditoria, para qualquer missão”, disse Neto.

Sobre o compromisso do produtor na manutenção do status de zona livre, Neto explicou que “o produtor, o tratador, o veterinário, o estudante - qualquer cidadão – são fundamentais para a defesa sanitária, pois são eles quem vão notificar o serviço veterinário oficial sobre a ocorrência sanitária. O produtor tem ainda a responsabilidade de controlar a mortalidade na sua granja. Quando ela extrapola o limite ele é obrigado a informar a unidade de defesa agropecuária local”.

Importância da pesquisa

Luís Guilherme de Oliveira, professor do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da Unesp de Jaboticabal, reforça que o status alcançado pelo estado de São Paulo abrirá oportunidades para acesso a mercados internacionais exigentes e mostrará o comprometimento do Estado, da pesquisa e do setor privado, seja produtor ou veterinário.

Sobre a contribuição da pesquisa, o professor disse que a universidade pode colaborar na formação de profissional médico veterinário capacitados para trabalhar no segmento de suínos, para conhecer a doença, diagnosticar uma suspeita e nos treinamentos para o serviço veterinário oficial, produtores e profissionais de campo. Quanto ao suporte de pesquisa, Oliveira lembrou que “a manutenção do sistema de vigilância tem que contar como suporte da pesquisa, com informações científicas validadas pela comunidade internacional”.

Controle sanitário dos asselvajados

Asselvajados são animais da espécie Sus scrofa scrofa (javali) que são criados sem a supervisão humana e devem ser controlados com vistas à manutenção da área livre com a apresentação periódica de relatório à OIE dos exames realizados.

O controle, como explica Melissa Freire, médica veterinária da Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo é feito com base na da Norma Interna (NI) nº 03, de 2014 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com a colaboração da Secretaria do Meio Ambiente, Embrapa e universidades.

O objetivo é mapear as regiões de São Paulo nas quais estão esses animais e, com a ajuda de uma equipe de caçadores treinados pelo Mapa (lembrando que o javali tem a caça autorizada pelo Ibama, de acordo com a IN 03, de 2013), coletar amostras para envio de soro ao laboratório para verificar uma eventual presença de anticorpos contra doenças hemorrágicas. “Estamos orientando todos os serviços veterinários oficiais da importância sobre o controle dos asselvajados. Pretendemos realizar, ainda esse ano, mais dois treinamentos com os colaboradores, visando aumentar o número de colheita e ter um controle maior dos asselvajados”, informou.

Certificação

O Estado de São Paulo está certificado como área livre de peste suína clássica sem vacinação. A certificação foi concedida pela OIE para Enfermidades dos Animais, no dia 24 de maio de 2016, em Paris, França, e entregue ao governador Geraldo Alckmin no dia 31 de maio de 2016. O último foco da doença no Estado foi registrado em 1998, no município de Candido Mota.

Além de São Paulo, os outros estados reconhecidos como área livre da doença são: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Sergipe, Tocantins e parte do Amazonas (municípios de Guajará, Boca do Acre, sul de Canutama e sudoeste de Lábrea). Até aquela data, somente os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina eram reconhecidos pela OIE.

Sobre a doença

A peste suína clássica é causada por um vírus e tem notificação compulsória para a OIE. Provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal.

Por Teresa Paranhos

Mais informações:

Assessoria de Comunicação

Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

Coordenadoria de Defesa Agropecuária

Telefone: (19) 3045.3350

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