Ministério da Agricultura aprova SMR para a Sigatoka Negra no Vale do Ribeira
Ministério da Agricultura aprova SMR para a Sigatoka Negra no Vale do Ribeira
Relatório emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atesta que não foram encontradas inconformidades nas medidas adotadas no sistema de mitigação de risco (SMR) para a doença da sigatoka negra da bananeira implantado na região do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo. “Tudo está em conformidade com a legislação em vigor” relataram os auditores no laudo encaminhado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
O documento ressalta conformidade na documentação fiscal e oficial; no uso de práticas agrícolas que visam minimizar a dispersão do inóculo; que a aplicação de fungicidas é realizada após o monitoramento biológico e visual mostrar a real necessidade; e que os frutos são despencados na propriedade.
No Vale do Ribeira estão 95 unidades produtivas (UPs) cadastradas no SMR por adesão voluntária e todas possuem local adequado para higienização e embalagens das pencas de bananas. As áreas produtivas possuem entre 15 a 340 hectares com cultivo de bananas do grupo cavedish (variedade nanica, nanicão) e prata. Em algumas UPs estão implantando variedades de banana prata, resistente e/ou tolerantes à doença.
Das 95 UPs, a equipe de auditores do Mapa selecionou 9 UPs para as inspeções documental e física realizadas nos dias 17 a 19 de abril. Os engenheiros agrônomos Gilmar Gilberto Alves e Luciano Seidi Chinem, do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de Registro acompanharam os auditores nas visitas e forneceram todas as informações, documentações e esclarecimentos.
Supervisão Documental e Física
A inspeção documental verificou os processos de adesão ao sistema, os relatórios trimestrais e as emissões de documentos de certificação do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e Permissão de Trânsito Vegetal (PTV). Estes documentos são emitidos através do sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (Gedave), vinculado à Coordenadoria de Defesa Agropecuária, que possui controles de prazo de documentos e dos cadastros de inscrição, bem como controla os saldos dos documentos de certificação emitidos para estimativa de produção.
Nas propriedades foram verificadas as práticas culturais preconizadas pela Instrução Normativa (IN) 17/2005, que aprovou os procedimentos para a caracterização, implantação e manutenção de áreas livres da sigatoka negra e os procedimentos para implantação e manutenção do SMR. Também foram verificados o manejo adequado da cultura, a aplicação de adubação e fungicidas e o devido registro destas ações no livro de acompanhamento de campo.
As práticas tradicionais empregadas nas UPs auditadas compreendem a utilização de monitoramento biológico; aplicação de fungicidas via aérea e chirão, baseado nos resultados dos monitoramentos; desbaste das plantas indesejáveis (presença de mãe, filha e neta); poda das folhas com sintomas e ou cirurgia, conforme a necessidade; amontoa das folhas entre as linhas, de modo a reduzir a esporulação do fungo; cobertura morta; controle de plantas daninhas; adubação adequada e canais de drenagens quando necessário.
Os auditores puderam observar que os cachos são despencados na propriedade, em locais apropriados (barracões), denominado casas de embalagens, cadastradas junto à Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Os cachos passam por despistilamento manual, são imersos em caixas com água, detergente e sulfato de alumínio para precipitação da nódoa, de forma a não manchar os frutos após o despencamento, e depois de embalados em caixas plásticas, de madeira nova ou de papelão, conforme o mercado comprador.
Sistema de Mitigação de Risco - SMR
O SMR para a sigatoka negra, de adesão voluntária, foi implantado no Estado em junho de 2005. É a integração de diferentes medidas de manejo de risco de pragas pelos produtores, normatizadas por legislação específica, para atingir o nível apropriado de segurança fitossanitária, medidas de controle do trânsito e do comércio de partes de plantas de bananeira.
Sigatoka Negra
A sigatoka negra - Mycosphaerella fijiensis (Morelet) é uma doença fúngica identificada pela primeira vez em 1963, nas ilhas Fiji, no Vale de Sigatoka, continente asiático, que apareceu pela primeira vez no Brasil em 1998 nos municípios amazonenses de Benjamin Constant e Tabatinga, de onde se espalhou para as outras regiões brasileiras. No estado de São Paulo, foi constatada pelo Instituto Biológico em Miracatu, região do Vale do Ribeira, em 22 de junho de 2004 e após levantamento foi constatada em todas as regiões do Estado.
Atualmente se encontra disseminada nos municípios do Vale do Ribeira: Registro, Sete Barras, Pariquera-Açú, Eldorado, Iporanga, Barra do Turvo, Cajatí, Juquiá, Jacupiranga, Peruíbe, Iguape e Pedro de Toledo.
O fungo é levado pelo vento, chuva ou transporte da fruta, tem alta capacidade de disseminação. Se não controlada, mata a planta rapidamente trazendo enormes prejuízos econômicos. A doença não contamina o fruto, portanto não é prejudicial à saúde humana.
Por Teresa Paranhos
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Telefone: (19) 3045.3447
EDA de Registro - (13) 3821-4416