Secretaria possui equipe capacitada para ação emergencial no controle da Peste Suína Clássica
Secretaria possui equipe capacitada para ação emergencial no controle da Peste Suína Clássica
Manter o estado de São Paulo livre da PSC abre novos mercados, estimula a criação de suínos e a rentabilidade do mercado paulista, gerando renda e emprego para o homem do campo.
A presença da Peste Suína clássica (PSC) em estados do Nordeste brasileiros coloca em alerta o Grupo Especial de Atenção a Suspeitas Emergenciais (Gease), formado por equipes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento para o enfrentamento de situações de emergências que possam ocorrer no estado de São Paulo com atendimento rápido e preciso em proteção à sanidade do rebanho paulista.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostram que desde outubro de 2018, foram registrados 67 focos da Peste Suína clássica (PSC) nos estados do Ceará (49), Piauí (16) e Alagoas (2), na zona não livre da doença no país. Foram sacrificados 7.434 animais e 2.906 propriedades foram investigadas.
Diante desta realidade e visando a o treinamento da equipe técnica para lidar com situações semelhantes e atendimento à solicitação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de apoio técnico aos estados do Nordeste, os médicos veterinários Artur Luiz de Almeida Felicio e Bruno Cesar Ribeiro da Silva Oliveira, estiveram no estado do Piauí para colaborar na execução das ações emergenciais de controle da PSC.
“Vivenciar uma emergência sanitária mostra-se infinitamente superior a qualquer exercício simulado, melhorando a compreensão do trabalho de defesa sanitária com as influências humanas, administrativas, politicas e técnicas, podendo ser avaliadas para fortalecimento das ações do Gease”, disse Felicio, que junto à Coordenadoria responde pelo Programa Estadual de Sanidade Suídea do Estado de São Paulo.
Os veterinários atuaram de 09 a 15 de junho de 2019 na região com notificação da doença em conjunto com a equipe da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi) e tiveram a oportunidade de conhecer o meio ambiente, os animais, a população atingida, a doença e as medidas de controle aplicadas pelo órgão oficial de defesa sanitária daquele Estado.
Desde o diagnóstico oficial do foco índice, ocorrido em 05 de abril de 2019, no município de Lagoa do Piauí, a Adapi se mobilizou para a estruturação do Centro de Operações em Emergência Zoosanitária (Coezzo), que funciona em uma pequena propriedade com capacidade para alojamento de cerca de 20 técnicos, localizado na zona rural de Teresina, cerca de 30 km da cidade, com acesso restrito às pessoas e veículos durante o combate à doença.
As ações dos colaboradores foram concentradas no município de Cabeceiras do Piauí, onde foram diagnosticados 05 focos. Um total de 1271 animais pertencentes a 107 pequenas propriedades haviam sido sacrificados, avançando para quase a metade da zona interna de proteção do foco, conforme determinado no artigo nº 9 do anexo “Normas para a erradicação da PSC” da Instrução Normativa nº 6, de 09 de março de 2004. Para completar a totalidade da zona interna de proteção do foco, o trabalho deve englobar todas as propriedades com suínos num raio de 3 km a partir da propriedade foco da doença.
O esforço desse período foi concentrado no saneamento dos focos da unidade epidemiológica nos bairros do Zé Gomes e parte da Lagoa dos Crentes, compreendendo cerca de 70 casas e 524 animais e dentro do raio do foco.
Felicio disse ainda que apesar das diferenças entre os sistemas produtivos do Piauí (extensivo) e de São Paulo (intensivo) a experiência foi construtiva e aplicável, sobretudo na definição de unidades epidemiológicas, já que “em São Paulo temos o problema dos suídeos asselvajados (javalis) que se criam de forma livre, assim como os porcos dos cocais do Piauí”. Disse também que as observações feitas com base em uma situação real podem servir para a peste suína clássica, peste suína africana e inclusive para controlar a influenza aviária em aves de subsistência e febre aftosa em suídeos asselvajados que observam plano de ação muito similar.
Certificação
Em 2001 o estado de São Paulo foi reconhecido nacionalmente como zona livre da PSA. O reconhecimento internacional pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença sem vacinação ocorreu em 24 de maio de 2016 em Paris, França. Além de São Paulo foram certificados os Estados do Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Sergipe, Tocantins e os Municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do Município de Canutama e sudoeste do Município de Lábrea, pertencentes ao estado do Amazonas.
Os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina já haviam sidos reconhecidos pela OIE em 2015.
Sobre a doença
A peste suína clássica é causada por um vírus e tem notificação compulsória para a OIE. É uma doença de notificação obrigatória no Brasil, que acomete somente suínos, não sendo transmitida ao ser humano ou outras espécies.
Provoca febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, paralisia nas patas traseiras, dificuldades respiratórias e pode levar à morte do animal.
O último foco da doença no Estado de São Paulo foi registrado em 1998, no município de Candido Mota.
Por Teresa Paranhos