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21/12/2020

IAC atualiza o sistema de Mudas Pré-Brotadas de cana e o torna mais sustentável

Atualizado em 21/12/2020 às 00h00

IAC atualiza o sistema de Mudas Pré-Brotadas de cana e o torna mais sustentável

Foram obtidos 80% de redução no consumo em Kwh/mês no processo de produção

Em constante evolução, o Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB), desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, passa por atualização para tornar o processo de produção das mudas mais sustentável. Com as mudanças sugeridas pelos pesquisadores do Programa Cana IAC é possível economizar energia, reutilizar resíduos e fazer a rastreabilidade.

De acordo com Mauro Alexandre Xavier, pesquisador o IAC, desde que foi criado, em 2009, o Sistema MPB passa por desdobramentos constantemente. Agora, a equipe do Instituto se dedica a tornar os procedimentos mais sustentáveis e ágeis nos chamados Núcleos de Produção de Mudas. “Fizemos algumas mudanças que foram muito positivas no Núcleo do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto, e agora isso começa a ser levado para o setor sucroenergético, que pode se inspirar no que fizemos”, afirma.

Uma das mudanças foi a instalação de placas de energia solar. Xavier explica que a energia é importante para a produção das MPB. As mudas precisam ser produzidas em um ambiente com temperatura e umidade controladas. “A economia em energia vai variar de acordo com o tamanho de cada sala de brotação. No caso do IAC, que tem salas com 60 m² e capacidade de produzir 70 mil gemas brotadas a cada dez dias, conseguimos reduzir em 80% o consumo em Kwh/mês no processo de produção”, explica.

Outra atualização importante foi o uso de resíduos da produção das MPBs para a formação de compostagem, usada no próprio cultivo das áreas de Jardins Clonais, mantidos pelo Centro de Cana do IAC. Segundo Xavier, para produzir as MPBs, o importante é o uso das gemas, pequena estrutura do colmo que fica nos entrenós. “Passamos a utilizar os resíduos do processo para produzir um composto que será reutilizado no campo. Dessa forma, de uma maneira extremamente simples, estabelecemos o conceito de economia circular, utilizando o próprio resíduo como insumo para a produção de novas mudas”, afirma.

A rastreabilidade também passou a fazer parte da produção das MPBs. Segundo o pesquisador, desde setembro de 2020 o IAC tem implementado e validado os procedimentos. Essa ação torna possível “mapear” o processo completo, do Jardim Clonal à finalização da produção, controlando a utilização de insumos e ampliando a qualidade nos procedimentos. “Isso tem trazido melhorias ao produto final, acumulando informações de toda a cadeia de produção”, relata.

Setor sucroenergético passa a conhecer atualizações propostas pelo IAC

Atento às novidades vindas da pesquisa, o setor começa a se movimentar para entender e participar das atualizações da produção e utilização das MPB propostas pelo IAC. De acordo com Xavier, assim como ocorreu no Sistema de Mudas Pré-Brotadas, o Núcleo de Produção de MPB do IAC será demandado pelo setor sucroenergético como um ambiente de divulgação dessas atualizações.

“O setor terá à disposição nossas atualizações e poderá começar a fazer uso delas, incorporando essas mudanças na produção de mudas. Isso é muito positivo, pois adicionamos controles, técnica e sustentabilidade na produção das MPB, o que acaba refletindo na melhor qualidade das mudas”, afirma Xavier.

IAC propõe reduzir pela metade tempo de produção de uma muda

O IAC também avalia a utilização de gemas brotadas diretamente a campo. Ainda em fase experimental, o novo pacote tecnológico em estudo poderá reduzir pela metade o tempo de produção de material de propagação, que atualmente está em torno de 60 dias.

A ideia, de acordo com Xavier, não é deixar de produzir as MPBs da forma como é feita hoje, mas sim que o produtor tenha mais uma opção de uso e manejo e possa economizar, por exemplo, em logística.

Os primeiros testes já foram realizados no Núcleo de Produção de MPB do IAC. As gemas brotadas estão sendo avaliadas em experimentos de campo em usinas parceiras do Programa Cana IAC. A expectativa é divulgar os primeiros resultados em 2021.

Assessoria Comunicação/Agricultura

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