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16/08/2021

Equipe do Mapa percorre o estado de São Paulo para prevenir pragas que podem comprometer cultivo de banana

Atualizado em 16/08/2021 às 00h00

Equipe do Mapa percorre o estado de São Paulo para prevenir pragas que podem comprometer cultivo de banana

Para apoiar o trabalho de extensão rural, foi lançada uma publicação com orientações para produtores e demais agentes da cadeia produtiva

Uma equipe da Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA/SP) está fazendo levantamentos em propriedades rurais de diversas regiões do estado com o objetivo de garantir e manter o status de área livre da Raça 4 Tropical da Fusariose da Bananeira no Brasil e do Moko da Bananeira no estado. Produtores rurais estão recebendo orientações sobre os riscos da entrada dessas pragas, que podem comprometer o cultivo da fruta no país.

O Brasil é atualmente o quarto maior produtor de bananas do mundo, com área de 466 mil hectares e produção estimada de 6,7 milhões de toneladas. O estado de São Paulo é o maior produtor, com 1 milhão de toneladas por ano, cultivadas em 50 mil hectares, sendo 76,4% na região do Vale do Ribeira. Em julho, os servidores já fizeram o levantamento dessas pragas nesta região e o trabalho agora vai continuar em outras áreas.

Na semana de 17 a 19 de agosto, a programação será nos municípios de São Bento do Sapucaí e Ubatuba, na região de Taubaté. Em setembro, é a vez do Oeste Paulista (regiões de Fernandópolis, Jales e Andradina), onde 12 municípios serão visitados. Em outubro, na região de Assis e Avaré, propriedades de quatro cidades serão contempladas.

A Raça 4 Tropical (FOC R4T) ainda não chegou ao Brasil, mas já está presente na Colômbia e no Peru, o que preocupa muito a Defesa Fitossanitária, porque não existe tratamento curativo nem variedades resistentes à doença. “É muito importante prevenir para evitar a entrada desta praga, que pode ser disseminada, principalmente, por meio de mudas de bananeira e solo contaminado aderido aos calçados e às rodas de veículos”, explica Wilson da Silva Moraes, engenheiro agrônomo e fitopatologista da Unidade Técnica Regional de Agricultura Ipanema (Utra Ipanema/SFA-SP). Ele é o responsável pelo levantamento anual de FOC R4T e Moko da Bananeira no Estado de São Paulo.

A Raça 4 Tropical da Fusariose da Bananeira é um fungo habitante do solo que infecta as raízes e coloniza os vasos condutores de seiva do pseudocaule (caules falsos compostos por restos de bainhas das folhas que se prendem ao caule) de todas as variedades de banana, principalmente as do tipo Nanica, impedindo o transporte de água e nutrientes para a parte aérea da planta, provocando sua morte. O fungo pode permanecer viável no solo por até 40 anos, inviabilizando a produção.

O trabalho do profissional é realizado em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (Cati) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.

Prevenção

Preocupado com a prevenção, o Mapa lançou no final de julho a publicação “Diálogos para prevenção da Raça 4 Tropical da Fusariose em bananeiras”, que traz textos, mensagens de voz, cartazes e infográficos, num trabalho que vai apoiar a extensão rural. O material foi idealizado e produzido pela Comissão de Educação Sanitária (CES), coordenada pela SFA/SP. Participam do grupo especialistas do Poder Público e da iniciativa privada.

Nesta quarta-feira (11), a SFA-SP realizou um treinamento on-line sobre essas pragas para todos os técnicos da CDA e da Cati, com o objetivo de “conhecer para prevenir”. Os técnicos e agrônomos tiveram a oportunidade de conhecer os sintomas dessas doenças e diferenciá-los de outras, podendo, assim, filtrar as notificações que chegam à Defesa Agropecuária.

Agora, essa equipe está organizando a aplicação prática do conteúdo dessa publicação. Nos dias 24 e 25 de agosto, a CES vai se reunir com lideranças da Associação de Bananicultores de Miracatu (Abam), que reúne oito cooperativas de produção, da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar) e dos Sindicados Rurais do Vale do Ribeira com essa finalidade.

A publicação pode ser acessada gratuitamente no site do Mapa, em https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/cesesp/publicacoes/livros/dialogos-prevencao-da-fusariose-em-bananeiras

Orientações

Adotar um único acesso ou entrada de pessoas e veículos no bananal e manter um recipiente para limpeza de calçados e dos pneus dos veículos de visitantes da propriedade é uma das dicas que a equipe repassa aos produtores. Caixas de concreto, conhecidas como pedilúvio ou rodolúvio, contendo o sanitizante ‘amônia quaternária’ ajudam a evitar a entrada de solo contaminado.

Outro cuidado é sobre a importação de mudas. Como a Raça 4 Tropical da Fusariose já foi constatada na Colômbia e no Peru, é proibido trazer desses países mudas de bananeiras e plantas ornamentais, além de artesanatos feitos da fibra de bananeira. “Produtores devem comprar mudas de qualidade de viveiristas inscritos no Registro Nacional de Sementes e Mudas, o Renasem”, disse o agrônomo.

Moraes reforça ainda a necessidade de manter implementos e equipamentos agrícolas limpos, pois eles também podem conduzir o fungo de uma área para outra. “É importante sempre desinfetar os calçados, ferramentas e equipamentos quando for entrar nas áreas de cultivo, assim você evita a transmissão dessas pragas de uma plantação para outra”, explica.

Durante o manejo, é preciso tomar cuidado com as roçagens para não danificar as raízes e o pseudocaule da bananeira. O uso de adubação orgânica e mineral equilibrado com base em análise do solo é uma recomendação importante para manter o bananal sadio.

Moko da Bananeira

Diferentemente da raça 4 da Fusariose, que ainda não chegou ao Brasil, o Moko da bananeira já ocorre na região norte do país. Ele é causado por uma bactéria habitante do solo, que infecta desde a raiz até a inflorescência (parte da planta onde se localizam as flores) ou cacho, podendo ser disseminada por mudas infectadas, ferramentas contaminadas ou pelo contato de raiz para raiz ou do solo para a raiz. Por isso é tão importante o monitoramento dessa doença nas unidades da federação onde ainda não ocorre, como é o caso do estado de São Paulo.

Outro veículo importante de transmissão são os insetos visitadores de inflorescências, como as abelhas, vespas e mosca-das-frutas. A doença compromete o desenvolvimento da bananeira e a única forma de controle é a detecção precoce e a rápida erradicação das plantas infectadas e das que estão próximas. “Mesmo aparentando estarem sadias, as mudas já podem ter contraído a doença”, afirma o engenheiro agrônomo Wilson da Silva Moraes. (Fonte: Mapa/SFA-SP - imprensa@agricultura.gov.br)

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