Defesa Agropecuária apresenta os resultados de investigação do Vírus da Necrose Infecciosa do Baço e Rim em tilapicultura na Aquishow
De 2020 a 2022, médicos veterinários da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) realizaram coletas de alevinos de tilápias em sete propriedades do Estado de São Paulo nas bacias dos rios Paraná e Tietê a fim de analisarem e detectarem a presença de ISKNV, vírus pertencente ao gênero Megalocitovírus, da família dos Iridovírus (Iridovididae), associado a manifestações sistêmicas e alta mortalidade, tanto em espécies marinhas quanto de cultivo em água doce, além de espécies ornamentais.
A investigação que resultou na publicação de um trabalho para apresentação no Primeiro Encontro Latino Americano de Peixes de Cultivo está disponível para conhecimento do público durante a 11º edição da Aquishow, feira de conhecimento da aquicultura nacional que acontece até amanhã (26) no Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental do Instituto de Pesca em São José do Rio Preto. A publicação também pode ser conferida no link https://www.pesca.sp.gov.br/web/content/5378?unique=a5bfaee449f13f28762c99ef2904e90f688815c6&download=true.
O trabalho foi coordenado pela Dra. Ieda Blanco, gerente do Programa Estadual de Sanidade de Animais Aquáticos (PESAAq), acompanhada do médico veterinário Luiz Henrique Barrochelo e as ações consistiam na obtenção, em cada propriedade, de um total aproximado de 200 alevinos, eutanasiados em eugenol e enviados para detecção do vírus em laboratório oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Foi um trabalho que envolveu coleta e envio de material para diagnóstico. De localização de focos, de fazermos o levantamento das propriedades vínculo para verificar se haviam consequências sanitárias ou mesmo perdas econômicas”, comenta Ieda.
A investigação resultou na identificação de três focos com presença do ISKNV nos municípios de Rubinéia, Santa Fé do Sul e Ilha Solteira. Na ocasião, nenhuma das propriedades relatou altos índices de mortalidade, não havendo, até o momento, necessidade de intervenção oficial. As propriedades foram notificadas a elaborarem um plano de contingência e apresenta-lo ao Serviço Veterinário Oficial.
Não foram observadas consequências sanitárias ou ainda, diminuições relevantes nos índices zootécnicos nas propriedades envolvidas. É importante ressaltar que a principal medida de controle e monitoramento de infecções e disseminação de patógenos é a notificação de suspeita de ocorrência ou de casos confirmados de doenças listadas conforme portaria 19/201 do MAPA.
“Além disso, é responsabilidade do produtor o cadastro da propriedade com atividade de piscicultura e a emissão do Guia de Trânsito Animal (GTA) para a rastreabilidade no transporte dos animais conforme estabelecido pelo Decreto 45781/2001 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento”, completa Ieda.
Por Felipe Nunes