Defesa Agropecuária realiza I Seminário de Defesa Sanitária e Inspeção Animal
Com o objetivo de capacitar os diretores técnicos, médicos-veterinários e servidores de carreira de apoio das 40 Regionais da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), foi realizado entre os dias 4 e 7 de outubro, o "I Seminário de Defesa Sanitária e Inspeção Animal". A atividade, realizada no Campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Jaboticabal contou com diversas palestras referentes aos diversos programas geridos pela CDA, incluindo palestra preparatória para a Campanha Estadual de Febre Aftosa, que tem início no próximo dia 1º de novembro.
Quem deu as boas-vindas aos quase 150 servidores presentes, foi o médico-veterinário e diretor do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (DDSIA) Affonso dos Santos, que lembrou a importância da ocasião no sentido de padronizar os procedimentos das ações internas e externas da Defesa Agropecuária.
Na sequência, o coordenador da CDA, Luís Fernando Bianco, foi o responsável por abrir a sequência de apresentações. Na ocasião, Bianco reforçou aos presentes, os objetivos e projeções futuras da instituição que segundo ele, tem de andar de mãos dadas com a ciência. “Não é a toa que estamos dentro de uma universidade. Pois é a ciência quem vai ditar os passos da Defesa Agropecuária que é um órgão executor”, disse.
Bianco também comentou sobre a questão do Quali-SV, ferramenta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que avalia a qualidade dos Serviços Veterinários Oficiais e sobre a auditoria que deve ser realizada pelo órgão Federal nos dias 10 e 11. “Fizemos investimentos e ajustes necessários para a atualização da Defesa Agropecuária e por isso tudo leva a crer que iremos subir no índice do Quali-SV”, comentou.
“A CDA tem material humano de sobra para ajustes e melhorias no órgão que defende as áreas animal e vegetal no Estado de São Paulo”, acrescentou o coordenador.
Continuando as atividades do primeiro dia de Seminário, foram abordados os temas: Ética e Postura no exercício da atividade, em palestra ministrada pelo Coordenador Substituto, o médico-veterinário Willian Alves Correa; seguido da apresentação da médica-veterinária, Adriana Muniz que discorreu sobre a importância do lançamento de atividades em sistemas internos de gestão e panorama referente à auto de infrações; o Grupo Estadual de Atenção à Suspeitas de Enfermidades Emergências (GEASE) foi abordado por seu gerente, o médico-veterinário Luciano Lagatta e por último, o tema Bem-estar animal, abordado pela médica-veterinária Rosa Maria Ferreira Odorizzi.
Segundo dia
Para abrir os trabalhos do segundo dia do seminário, Breno Moscheta, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa (PEEFA) deu início à palestra que abordou os procedimentos para o início da CEFA de Novembro de 2022, que consiste em ações de vigilância e vacinação de rebanho de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa, doença que está erradicada no Estado de São Paulo, mas que necessita de controle para que não volte a atingir o rebanho.
Dentre as indicações, procedimentos técnicos que devem ser adotados por todas as regionais para a campanha que ocorre durante o mês de novembro e é destinada a todos os animais, diferente da primeira etapa, ocorrida em maio, onde somente os animais (bovinos e bubalinos) com até 24 meses foram imunizados. “Esse ano o calendário foi invertido para garantir a oferta da vacina para os produtores, mas a partir do ano que vem, o calendário volta à normalidade com a imunização de todos os animais na campanha de maio e dos animais com até 24 meses na campanha de novembro”, explicou Breno.
No período da tarde, Bruno Marinho, médico-veterinário da área epidemiológica da CDA, apresentou trabalho desenvolvido que levantou áreas de risco para Febre Aftosa no Estado de São Paulo. Durante sua apresentação, Bruno comentou os processos que envolveram a identificação dos fatos de risco, organização de dados, análise de dados, entre outros. “Estamos nos organizando para levar essa publicação para demais instituições que podem usar os dados para diversos outros trabalhos”, disse.
Ainda sobre a área epidemiológica, a médica-veterinária Izabelle Mariane Cordeiro deu sequência às atividades do Seminário com palestra em relação aos lançamentos feitos no Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (e-SISBRAVET) e de sua importância para identificação de focos de doenças.
Dando orientações a respeito dos procedimentos a serem adotados em ocasiões de envio de amostras para análises laboratoriais, a médica-veterinária e diretora do Departamento de Logística Laboratorial, Sabrina Martins Latorre Diz também palestrou durante o segundo dia de atividades. Orientações a respeito de etiquetagem de colheitas, apresentação da equipe e horários de atendimento do laboratório foram alguns dos pontos abordados pela veterinária.
Relatando os tramites legais para o trânsito de animais susceptíveis à Febre Aftosa com destino a Zonas Livres Sem Vacinação, enfatizando o transporte de ovinos, o responsável por ministrar a palestra foi o médico-veterinário Danilo Laurenti, assistente técnico da CDA Regional de Bauru e ponto focal do Programa Estadual de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PESCO).
Finalizando as palestras do segundo dia de atividades, Artur Felício, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Sanidade Suídea (PESS) deu boas vindas aos novos ingressantes e contextualizou o setor da suinocultura paulista que de acordo com o palestrante, não recebe notificação de doença desde 2019.
Artur também abordou a questão da necessidade da discussão junto à sociedade quanto à extinção dos javalis, que segundo o médico-veterinário, tem relação direta com o conceito de saúde única. “É necessário fazer o controle ou o manejo da espécie que é uma espécie exótica e que pode facilmente, disseminar doenças como a raiva, brucelose, febre aftosa, entre outras”, disse.
Terceiro dia
Representando a gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq), Ieda Blanco, o médico-veterinário Cláudio Alvarenga, abriu os trabalhos no terceiro dia de Seminário abordando o programa e suas legislações. “Permitir e viabilizar a sanidade das matérias primas obtidas que serão transformadas em fontes de alimentação, prevenção e controle das enfermidades nos sistemas produtivos, ampliar e ganhar novos mercados, esses são alguns dos objetivos do programa”, disse.
O palestrante também citou a questão da saúde única e como ela se relaciona com o setor produtivo dos animais aquáticos. “Quem tem a oportunidade de trabalhar esse conceito é a Defesa Agropecuária que preza pela sanidade”, comentou.
“A aquicultura ela concentra as áreas de cultivo e isso da possibilidade de produção maior em áreas menores, mas também teremos mais organismos em áreas menores e por isso ela requer uma atenção diferenciada, pois apresenta risco devido à concentração dos organismos”, abordou o médico-veterinário.
Para abordar e apresentar aos novos ingressantes as atividades do Programa Estadual de Sanidade das Abelhas (PESAb), sua gerente, a médica-veterinária Renata Taveira foi a responsável pela apresentação que tratou da Resolução que instituiu o programa, necessidade de cadastro de apicultores junto ao sistema GEDAVE e sobre as notificações e acompanhamentos realizados pela CDA junto ao setor.
Kamila Gravena, gerente do Programa Estadual de Sanidade Equina (PESE) comentou sobre as atividades relacionadas aos equídeos e relacionou as origens das enfermidades que podem acometer os animais, como a Anemia Infecciosa Equina (AIE) e o Mormo.
Ainda dentro da programação do terceiro dia foram abordados os programas de Sanidade Avícola (PESA), apresentado pelo gerente e médico-veterinário Paulo Roberto Blandino; o de controle da raiva dos herbívoros (PECRH) que teve apresentação do médico-veterinário Paulo Fadil que estava representando o gerente do programa, o veterinário Guilherme Shin; na sequência, o programa de habilitação de médicos veterinários privados foi apresentado pelo gerente e médico-veterinário João Gustavo Loureiro e o Departamento de Trânsito e Análise de riscos (DETRAR), representado pelo médico-veterinário Luiz Henrique Barrochelo, que na ocasião representou a diretora do departamento, a médica-veterinária Erika Mello.
Ainda, os médicos-veterinários Affonso dos Santos Marcos, diretor Tecnico do DDSIA e Elio Noboru Savazaki, diretor técnico do Centro de Defesa Sanitária Animal (CEDESA), abordaram tema relativo a Processos de apuração de autos de infração de defesa sanitária animal.
Quarto dia
Para finalizar as atividades do seminário, a médica-veterinária Maria Carolina Guido, diretora do Departamento de Capacitação e Educação em Saúde Única (DECESUN) abordou suas atividades e Bruno Bergamo, diretor do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (CIPOA) tratou dos procedimentos de fiscalização.
“A Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo com certeza é uma das mais fortes e organizadas do Brasil, com um corpo técnico qualificado e capaz de atender a qualquer situação a que for submetida. Parabéns a todos nós, desde os servidores da carreira de apoio, que estão na ponta da cadeia de comando, até nosso Coordenador, pois todos somos importantes para garantirmos que o setor agropecuário do Estado atinja a excelência que tem hoje e ao mesmo tempo, garantir a inocuidade dos alimentos contribuindo com a saúde única de sua população”, encerrou o médico-veterinário Affonso dos Santos.
Para o médico-veterinário Matheus Braga, diretor da CDA Regional de Franca, o Seminário foi uma oportunidade de trocar experiências e alinhar posicionamentos que padronizam as atividades. “Eu gostei bastante da oportunidade de reunirmos colegas veterinários, funcionários da área de apoio e diretores em um só evento, com a apresentação de todos os gerentes de programa da área animal e dos diretores da sede”, disse Matheus.
“Além de ter contribuído bastante para a integração dos novos veterinários com o quadro mais antigo da casa. Importante esse diálogo entre as diferentes gerações da CDA”, completou.
Já para Tatiane Tokumo, médica-veterinária e nova ingressante da CDA, lotada na Regional de Tupã, o treinamento foi fundamental. “Além disso, bastante agregador tanto pelo equilíbrio teórico-prático, pela organização da equipe, do espaço cedido, da qualidade do conteúdo dado pelo corpo técnico e da interação entre os colegas das diferentes regionais”, relatou.
O técnico de apoio agropecuário Roberto Muñoz, da Regional de Bragança Paulista, definiu o seminário como muito proveitoso. “Foi uma atividade onde pudemos tirar nossas dúvidas e fazer questionamentos que com certeza irão qualificar nosso serviço em campo. Agradeço aos profissionais qualificados que nos deram um ótimo feedback acerca dos programas da área animal”, destacou.
Por Felipe Nunes