Defesa Agropecuária realiza treinamento de servidores para atuação em inquérito de brucelose e tuberculose
80 servidores das 40 regionais participaram do treinamento
Entre os dias 6 e 9 de fevereiro, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) a partir de seu Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PECEBT), realizou capacitação de 80 servidores de suas 40 regionais, entre médicos-veterinários e técnicos agropecuários, para atuação em inquérito para brucelose e tuberculose, a ser realizado em 2023. A ação, prevista para acontecer em março, visa medir a prevalência das doenças no rebanho bovino do Estado de São Paulo e será dividida em sete circuitos pecuários com 2100 propriedades selecionadas com cerca de 17 mil animais verificados. “Todos os municípios do Estado de São Paulo serão amostrados”, revela Rodrigo Ferreira, médico-veterinário e gerente do PECEBT.
“A importância da padronização é para que as atividades sejam realizadas da mesma forma e para que o resultado seja o melhor possível, tanto na eficiência, quanto no resultado. Esperamos que ele seja o mais fidedigno possível”, acrescenta.
O treinamento aconteceu no município de Nova Odessa e as atividades teóricas foram realizadas na sede do Instituto de Zootecnia (IZ), enquanto as atividades práticas aconteceram na fazenda do Instituto. “É sempre um prazer poder unir os braços da secretaria para um objetivo em comum que é a manutenção da sanidade do agro paulista”, recepcionou Enilson Ribeiro, diretor do IZ.
Coordenador da Defesa Agropecuária, Luís Fernando Bianco (à dir.), esteve presente na abertura da atividade
Luís Fernando Bianco, coordenador da CDA, também esteve presente durante a abertura do treinamento e saudou os servidores participantes. “Como eu sempre digo, a Defesa deve sempre andar lado a lado com a pesquisa e esse treinamento acontecendo dentro do IZ, é isso acontecendo na prática. É a pesquisa quem vai ditar os passos da Defesa para a proteção dos rebanhos e culturas do Estado de São Paulo”, comentou o coordenador.
Dentre os temas trabalhados no módulo teórico do treinamento, diversas palestras sobre a legislação referente ao diagnóstico e destinação dos reagentes para brucelose e tuberculose, apresentação do sistema de inquérito, entre outros.
Palestra do Prof. José Soares Ferreira Neto
Além destas, o treinamento contou com palestra referente a normas e procedimentos do Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) quanto aos inquéritos, esta, proferida pelo professor José Soares Ferreira Neto, médico-veterinário e atualmente, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP).
“O que estamos fazendo em São Paulo é treinando equipes de campo que vão fazer o terceiro estudo de brucelose e o segundo de tuberculose para verificar o efeito das políticas implementadas pelo Estado”, comentou o professor, que também coordena o Centro Colaborador em Saúde de Animais Terrestres e Aquáticos do MAPA.
“A ideia é gerar um indicador de alta qualidade para o Estado fazer a gestão desses projetos”, completa o coordenador.
Dentre as atividades práticas, servidores realizaram procedimentos de tuberculinização e colheita de sangue, preparo de amostras para envio ao laboratório, aplicação de brinco e marcação do “P” e cronologia dentária e contenção de animais.
Rodrigo Ferreira (à esq.) e Klaus Saldanha (à dir.), gerente e gerente subtituto do PECEBT, abriram as atividades práticas
Para Monise Colognesi, médica-veterinária da Regional de São José do Rio Preto, capacitada durante o treinamento, a expectativa é que o inquérito forneça informações valiosas sobre a prevalência das doenças. “Assim como os fatores de risco associados a ela, uma vez que o inquérito abrangerá todos os municípios”, comenta a médica.
Treinamento possibilitou intereção entre servidores de institutos e coordenadorias
“Este trabalho de pesquisa será essencial para a Defesa Agropecuária, pois ajudará a identificar a eficácia e as possíveis lacunas no atual sistema de controle e prevenção, permitindo assim o desenvolvimento de estratégias efetivas para reduzir a ocorrência de tais doenças no Estado”, avalia.
Tuberculinização e demais atividades compuseram grade prática da atividade
“Esperamos que ocorra a diminuição da prevalência para brucelose e tuberculose, pois a cobertura vacinal para brucelose há mais de 10 anos encontra-se acima de 80% e conforme pesquisa de estudos matemáticos e estatísticos, isso corrobora com a diminuição da prevalência da brucelose aliado também à eliminação dos animais positivos tanto para brucelose quanto para tuberculose”, ressalta o gerente do PECEBT.
Por Felipe Nunes