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14/11/2023

Influenza Aviária - Exercício simula projeção de custos envolvendo possível surto da doença em estabelecimentos industriais

Atualizado em 14/11/2023 às 14h16

Grupo reuniu-se na sede da CDA em Campinas

Com o objetivo de conduzir simulações envolvendo cenários distintos e de estimar os recursos necessários para o controle de um possível foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) na avicultura industrial, médicos-veterinários, membros do Grupo Especial de Atendimento ás Suspeitas de Enfermidades Emergenciais (GEASE) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), realizaram exercício estratégico entre os dias 7 e 8 de novembro, na sede da CDA em Campinas (SP). A análise abrangeu áreas que contemplam estabelecimentos reprodutores e comerciais, tanto de corte quanto de postura dentro do Estado de São Paulo.

“A simulação foi direcionada para as atividades de vigilância e controle de trânsito, em conformidade com as diretrizes estabelecidas pelo plano de contingência publicado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)”, comenta Luciano Lagatta, gerente do GEASE.

Além de Lagatta, estiveram presentes os médicos-veterinários Bruno Marinho, Rodrigo Marini e Izabelle Cordeiro.

Para o exercício, foram escolhidos três municípios de grande relevância na avicultura industrial, sendo eles, Bastos, Pereiras e Guapiaçu, os quais foram identificados baseados em critérios que consideram a concentração significativa de estabelecimentos avícolas na zona de emergência zoosanitária. Sobre a periodicidade das ações, ficou alinhado, de acordo com as diretrizes do plano de contingência, um período de 130 dias, divididos em: 10 dias para atividades de depopulação, limpeza e desinfecção, seguidos por 30 dias de vazio sanitário, outros 30 para a introdução de animais sentinelas e finalmente, 60 dias destinados ao monitoramento do alojamento, ocupando 20% de sua capacidade. “Essa estrutura temporal reflete uma abordagem abrangente e escalonada para as diferentes fases do controle da IAAP”, diz Lagatta.

“A análise desses cenários possibilitará uma compreensão mais aprofundada da capacidade de resposta frente a uma emergência de IAAP, identificando lacunas na preparação e no planejamento, e permitindo uma alocação eficiente de recursos para mitigar os impactos econômicos, sociais e de saúde pública decorrentes de um possível surto”, acrescenta o gerente do GEASE.

“Além disso, foram mapeadas as principais vias de acesso, como rodovias, estradas, avenidas e ruas, que atravessam as zonas selecionadas. Pontos estratégicos para a possível instalação de barreiras de fiscalização e desinfecção de veículos foram igualmente mapeados, como medida de contenção do potencial de disseminação do vírus. A escolha dos municípios, juntamente a uma periodização bem definida das atividades e a identificação precisa das vias de acesso, proporciona uma base para a simulação eficaz das estratégias de controle da IAAP”, completa Izabelle, epidemiologista responsável pelo monitoramento de ferramentas de geoprocessamento.

Izabelle Cordeiro e Bruno Marinho, epidemiologistas responsáveis pelo monitoramento em ferramentas de geoprocessamento

Os valores levantados durante o exercício abrangem três cenários que têm custos variáveis de 4 a 7 milhões por foco envolvendo equipes de servidores e atividades essenciais para o enfrentamento da emergência zoosanitária. A análise também simulou o cenário onde as três áreas avaliadas tenham focos da doença, cenário onde os custos, todos estimáveis, chegam à casa dos 17 milhões e o envolvimento de cerca de 361 servidores. “A projeção financeira reflete a complexidade do desafio e reforça a importância de investimentos adequados para assegurar a prontidão e eficiência no controle de um eventual foco de Influenza”, destaca Luciano.

“Diante da relevância estratégica da avicultura no cenário econômico do Estado de São Paulo e da ameaça iminente representada pela IAAP, é imperativo que estejamos totalmente preparados para enfrentar potenciais surtos. A IAAP não apenas coloca em risco a saúde avícola, mas também apresenta ameaças econômicas substanciais, perda de empregos, impactos na segurança alimentar e riscos à saúde pública. O plano de contingência do MAPA oferece uma estrutura robusta, destacando a importância da simulação de cenários para estimar os recursos necessários”, conclui o grupo.

“Em suma, a análise desses pontos críticos na discussão sobre o controle da Influenza Aviária destaca a urgência de medidas adaptativas e estratégias eficientes para assegurar a prontidão e a eficácia do plano de contingência”, finaliza o veterinário.

Grupo simulou situação em três localidades diferentes do Estado de São Paulo

Por Felipe Nunes

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