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17/06/2008

Greening: Mapa participa de força-tarefa para eliminação de praga dos citrus

Atualizado em 17/06/2008 às 00h00

Greening: Mapa participa de força-tarefa para eliminação de praga dos citrus

Uma ação conjunta entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a Secretaria de Agricultura de São Paulo e órgãos de defesa agropecuária do Paraná e de Minas Gerais vai combater, de forma integrada, a propagação do greening nos três estados. A decisão foi tomada após reunião do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, com representantes de institutos de pesquisa, governos estaduais e parlamentares, nesta terça-feira (17). A doença, transmitida por bactérias, ataca os citros, como laranja, limão e tangerina e é considerada a grande ameaça mundial a esse tipo de plantação.

“O greening é uma realidade. A presença é muito forte e não só no Brasil. Os laranjais da Flórida, por exemplo, estão seriamente afetados. No Brasil, as áreas onde os focos estão mais presentes são em São Paulo e a nossa preocupação é que a doença se propague”, afirmou o ministro Stephanes.

Dados do Fundecitrus apontam que 176 municípios paulistas apresentaram, até abril deste ano, incidência de greening em suas plantações. O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), por sua vez, informou que quatro municípios do noroeste paranaense já manifestaram o problema.

Para evitar que a praga se espalhe pelo Brasil e erradicar a doença no País, quatro medidas serão tomadas, em curto e médio prazo. A primeira é a elaboração, em até 15 dias, de um plano de pesquisa em rede, que será coordenado pelo Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de Citros Sylvio Moreira, vinculado ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC). O propósito do plano é integrar a comunidade científica que, atualmente, pesquisa de forma isolada as maneiras de controlar, com eficiência, o vetor do greening.

Foi constatada a necessidade de rever a Instrução Normativa 32, do Mapa, que atribui ao produtor a responsabilidade pelas inspeções de greening em seu pomar de citros e a eliminação das plantas contaminadas. Para isso, serão ouvidos os estados produtores de citros. A proposta é solicitar também suporte do Ministério Público para que atue em conjunto com o Mapa e com fiscais das unidades da Federação em qualquer área contaminada, uma vez que o vetor pode transitar facilmente entre propriedades vizinhas. O prazo para a conclusão do novo texto também é de 15 dias.

Também será revisado, um por grupo de trabalho, o plano nacional de prevenção e controle do greening e serão elaboradas campanhas de educação sanitária tanto nas áreas onde há incidência da doença, quanto nas regiões livres com vistas à prevenção. A idéia é conscientizar os produtores da gravidade dessa praga, que pode colocar em risco a citricultura do País.

Dentro de dois meses, o Ministério da Agricultura, os estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, e as entidades de pesquisa se reunirão novamente para uma avaliação das ações.

Greening – Pesquisadores acreditam que a doença seja originária da China e tenha entrado no Brasil pelo porto de Santos/SP. A primeira observação do greening nos pomares brasileiros foi em março de 2004. O sintoma inicial geralmente aparece em um ramo ou galho, que se destaca pela cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados. As folhas apresentam coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares.

A transmissão é feita pelo vetor Diaphorina citri, um pequeno inseto comum nos pomares brasileiros. Essa disseminação da doença pode ocorrer por borbulhas ou mudas contaminadas. (Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

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