Aquáticos - Ação de monitoramento de moluscos bivalves no litoral norte encontra toxina em área de cultivo
Durante os dias 28 de março e 12 de abril, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) a partir do seu Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAAq), esteve no litoral norte do Estado de São Paulo para ações do Plano Estadual de Monitoramento de Moluscos Bivalves (PEMMOBI). Coletas de água e moluscos para análise foram realizadas em áreas de cultivo de Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
Coletas foram realizadas em diversas áreas de cultivo
Com o objetivo de monitorar a presença de toxinas produzidas por microalgas, a ação visa verificar a parte comestível de mexilhões cultivados na localidade. A partir disso, uma, das nove áreas de cultivo monitoradas pela CDA, apresentou diagnóstico laboratorial de ácido ocadaico acima dos limites, o que ocasionou a suspensão da retirada de moluscos do local até que novos resultados comprovem a ausência de toxinas.
“A presença de ácido ocadaico não altera as características de sabor, gosto e cheiro dos mexilhões, e não há tratamento térmico capaz de eliminar a substância, que quando ingerida pode causar sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreias, podendo levar a quadros severos de desidratação e até óbito em casos mais graves, de alta ingestão ou de consumo por pacientes imunossuprimidos e com comorbidades, por exemplo”, explica Ieda Blanco, médica-veterinária e gerente do PESAAq.
Além dos moluscos, médicos-veterinários coletaram água para análise da presença de microalgas
“Daí a importância de nos anteciparmos, realizando este monitoramento e impedindo o consumo de mexilhões contaminados pela população local", completa a gerente.
A atuação do PESAAq e a execução do PEMMOBI seguem as diretrizes do Plano Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves (PNCMB), estabelecido com a Instrução Normativa MPA 07/2012, que está sendo implementado em etapas no Estado de São Paulo.
Em continuidade ao plano de monitoramento, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) já programou novas coletas no litoral norte para os meses de maio, junho e julho e planeja expandir o monitoramento para o litoral sul já no segundo semestre de 2023.
Por Felipe Nunes