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09/10/2023

Sanidade Animal - Ciclo de palestras compõe III Seminário do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal

Atualizado em 09/10/2023 às 20h51

Cerca de 130 servidores participaram do seminário

Aconteceu entre os dias 3 e 5 de outubro, na Casa da Arte da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em seu Campus de Botucatu, o III Seminário do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (DDSIA) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA). Na ocasião, diversas palestras que atualizaram o corpo técnico da CDA sobre os diversos programas que compõem a área animal, com destaque para a palestra referente ao Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa (PEEFA) que em novembro, realiza sua última campanha antes da retirada da vacinação no Estado de São Paulo.

“Estamos em um período de diversas transições dentro da Secretaria de Agricultura e uma delas, é a retirada da vacinação e o novo status sanitário de todo o Estado de São Paulo e o seminário é mais uma oportunidade que temos para continuar nos atualizando”, disse Luiz Henrique Barrochelo, médico-veterinário e coordenador da CDA em sua fala de abertura.

Barrochelo deu às boas-vindas e falou de mudanças na SAA

Responsável por abrir a série de apresentações, Affonso Marcos dos Santos, médico veterinário e diretor do DDSIA, agradeceu a presença dos mais de 120 servidores, divididos entre diretores de regionais, veterinários, técnicos agropecuários e agentes de apoio. “Estamos aqui para mais um seminário que antecede um momento importante para a Defesa Agropecuária que é a retirada da vacinação contra a Febre Aftosa após a campanha de novembro. Vamos nos empenhar no compartilhamento de informações para continuarmos executando o trabalho de excelência que oferecemos ao Estado de São Paulo”, disse.

Em sua palestra, Affonso abordou questões técnicas do departamento como o registro de atividades, despesas envolvendo cada um dos programas, metas, autos de infrações, entre outros.

Diretor do DDSIA foi o primeiro a ministrar palestra

Para completar a primeira manhã de seminário, Quézia Santos, advogada e assessora técnica do gabinete da CDA abordou questões jurídicas envolvendo as ações de defesa agropecuária na área animal. “Interessante citar que todo o conteúdo aqui abordado não se trata de uma opinião minha, mas sim, baseado na doutrina, na jurisprudência e principalmente, entendimentos da nossa consultoria jurídica da SAA”, comentou a advogada que abordou conceitos e respondeu dúvidas dos presentes.

No período da tarde, foram apresentados números e procedimentos do Departamento de Trânsito e Análise de Riscos (DETRAR) e do Programa Estadual de Sanidade dos Suídeos (PESS). Em sua palestra, a diretora do DETRAR, Erika Ramos Mello, abordou a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA) através da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) e chamou a atenção quanto às fiscalizações realizadas em eventos de concentração animal. “Esse é um dos quesitos para que possamos ter sucesso na retirada da vacinação e evitar uma possível introdução da doença”, reforçou.

Ações do DETRAR foram apresentadas pela diretora do Departamento, Erika Ramos

Já para apresentar e atualizar os colegas sobre as atividades do PESS, o gerente do programa, o médico-veterinário Artur Felicio comentou os componentes do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos que são ações realizadas pela Defesa Agropecuária afim de evitar casos de Peste Suína Clássica e Africana e da Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos (PRRS). Os componentes, de acordo com o veterinário, incluem sorologia baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de criação, investigações de casos suspeitos, inspeção em abatedouros e sorologia em suínos asselvajados, os javalis.

“Aproveito a oportunidade para agradecer a todos pelo empenho no cumprimento das metas, pois é um trabalho que é feito sempre durante a campanha de vacinação contra aftosa e se temos resultados no Estado de São Paulo, é por conta do suor de vocês”, agradeceu Artur.

Na ocasião, o veterinário abordou, superficialmente, o Programa Estadual de Sanidade dos Ovinos e Caprinos, que atualmente tem suas atividades desempenhadas junto com o PESS. “O que é competência da CDA quanto a ovinos e caprinos é o cadastro de propriedade”, afirmou.

Na manhã do dia 4, Kamila Gravena, veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade Equídea (PESE) foi quem abriu os trabalhos para falar sobre alterações em resoluções, como a retirada da obrigação do exame de mormo para movimentação de equídeos dentro do Estado, assim como mudanças no atendimento a casos suspeitos de mormo e as alterações no GEDAVE de Equinos. “Estamos atendendo os casos suspeitos de mormo de acordo com a nova legislação federal, ao mesmo tempo providenciando a atualização das legislações estaduais”, disse.

Após o PESE, foi a vez da apresentação da médica-veterinária Ieda Blanco, gerente do Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos (PESAq), que abordou questões relativas ao cadastro, trânsito de animais e rastreabilidade do pescado, além de relembrar o corpo técnico a respeito das doenças de notificação obrigatória.

Fechando as palestras da manhã, Renata Taveira falou sobre ações do Programa Estadual de Sanidade das Abelhas (PESAb) sob sua gerência. Em sua palestra, Renata comentou o reconhecimento mundial do trabalho desenvolvido junto às abelhas pela Defesa Agropecuária e que pôde ser apresentado durante o 48º Apimondia, Congresso Internacional de Apicultura, realizado no Chile. (saiba mais aqui).

Renata também apresentou números referentes às notificações de mortalidade aguda de abelhas que em 2023, já somam 41. “Importante frisar a atuação conjunta entre as áreas animal e vegetal da CDA no que diz respeito à mortalidade de abelhas a partir do Programa Estadual do Uso de Agrotóxicos e Afins”, pontuou.

Continuando, foi a vez da exposição das ações do Grupo Especial de Atenção a Suspeita de Enfermidade (GEASE) a partir da palestra de Luciano Lagatta, gerente do grupo. “Importante frisar que estamos há tempos nos preparando para uma possível atuação em caso de confirmação de enfermidades, como atualmente, é o caso da Influenza Aviária”, destacou.

“Para atuarmos, informo que foram adquiridos diversos insumos que devem chegar até as regionais nos próximos dias. Equipamentos de proteção, caixa d’água, barracas, drones, diversos materiais que nos permitirão ter maior sucesso diante um possível surto da doença em granjas comerciais”, acrescentou o veterinário.

Para acompanhar, na sequência, Paulo Blandino, gerente do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) apresentou aos presentes, uma série de vídeos que demonstravam casos reais, dentre os mais de 130 atendidos até hoje, de aves silvestres com sintomatologia para a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. “É importante nos atentarmos, pois os casos estão aumentando e nossa atuação tende a crescer”, afirmou.

Blandino apresentou casos reais de aves silvestres com sintomatologia para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade

Além disso, Paulo contou com a colaboração de Izabelle Cordeiro, epidemiologista do Centro de Defesa Sanitária Animal (CEDESA), que falou sobre as atualizações do painel disponibilizado em https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiYTExOTY5NjYtZTFkMC00ZjQzLWJiZWQtNTNjYjg4ZjQ5ODI5IiwidCI6IjNhNzhiMGNkLTdjOGUtNDkyOS04M2Q1LTE5MGE2Y2MwMTM2NSJ9 e que traz atualizações diárias sobre as ações de vigilância contra a doença.

Para finalizar o segundo dia de atividades compuseram o seminário, as apresentações do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PECRH) e procedimentos do Departamento de Logística Laboratorial (DELLAB), apresentados pelos médicos-veterinários Paulo Fadil e Sabrina Latorre Diz, respectivamente.

Febre Aftosa

No terceiro dia, as duas primeiras horas do seminário foram dedicadas à palestra preparatória para a Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa, que tem início em 1º de novembro e que em São Paulo, será a última antes da retirada da vacinação (saiba mais).

Em sua palestra, Breno Welter, gerente do PEEFA transmitiu orientações para as regionais quanto à campanha que será destinada a bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade, abordou números da última campanha que atingiu o índice de 99,9% e pediu engajamento dos colegas. “Temos estudos que comprovam que não há circulação viral da doença no Estado e eu peço o empenho de todos os colegas para que nessa campanha de novembro, possamos atingir 100% para que todo o rebanho esteja imunizado para passarmos para essa nova fase da erradicação da doença”, falou.

Gerente do programa de erradicação da Febre Aftosa orientou os colegas e pediu empenho durante última campanha

Na sequência, o médico-veterinário Felipe Gobbi falou sobre a fiscalização em revenda de insumos agropecuários, ação que vai contribuir para que a retirada seja feita com sucesso, uma vez que os insumos devem estar dentro de condições sanitárias para a imunização do rebanho durante a campanha.

E para encerrar a manhã do terceiro dia, João Buosi, gerente do Programa Estadual de Cadastro e Habilitação de Médicos-Veterinários Privados (PECHMVP) expos números a respeito das capacitações realizadas e sobre procedimentos que devem ser adotados após a conclusão dos processos para a habilitação de novos veterinários.

Brucelose e Tuberculose

Por fim, Rodrigo Ferreira e Klaus Saldanha, gerente e gerente substituto do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PECEBT) falaram por três horas sobre os procedimentos e preparativos para o inquérito contra brucelose, que deve ter início em janeiro de 2024.

Além dos gerentes, representantes do Instituto Biológico (IB) e do Instituto de Zootecnia, falaram sobre parcerias que serão realizadas junto com o inquérito para atestar a qualidade do leite no Estado de São Paulo e o inquérito para detectar a presença de Língua Azul, doença viral de ruminantes transmitida por mosquitos.

Rodrigo e Klaus abordaram procedimentos a serem adotados no inquérito contra Brucelose

Ao todo, serão fiscalizadas, 2081 propriedades que possuem fêmeas bovinas ou bubalinas com idade igual ou superior a 25 meses, distribuídas nas 40 regionais da Defesa Agropecuária.

Klaus e Rodrigo abordaram também, tópicos para a preparação das atividades, apresentaram um roteiro para a execução das atividades antes e pós-colheita de material, medidas administrativas e registro de atividades.

Por Felipe Nunes

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