Sanidade Animal - III Fórum Paulista de Febre Aftosa marca o início da última campanha de vacinação no Estado
Fórum contou com a participação de centenas de pessoas, entre pecuaristas e demais envolvidos com o setor
Aconteceu na tarde desta terça-feira (31), no Campus II da Unoeste em Presidente Prudente, o III Fórum Paulista de Febre Aftosa, realizado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e que contou com apoio do Grupo Pecuária Brasil (GPB), Sociedade Rural Brasileira (SRB), Sistema Ocesp, Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA), Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada (CATI), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP). A ocasião também foi marcada pelo lançamento da campanha de vacinação contra a febre aftosa, que tem início hoje (1º) e que será a última no Estado de São Paulo, após decisão do MAPA, que anunciou que a partir de 2024, a prevenção à doença passa a ser sem a aplicação do imunizante.
“A retirada da vacinação beneficia principalmente o produtor, que vai ter a chance de acessar outros mercados. A retirada da vacinação é um ato de coragem de governo, então parabéns à São Paulo”, parabenizou Otamir César Martins, presidente do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (FONESA), uma das autoridades presentes no evento.
Além de Otamir, compuseram a mesa de autoridades, Guilherme Piai, secretário de agricultura e abastecimento, Lucas Bove, deputado estadual, Luiz Henrique Barrochelo, coordenador da CDA, Ricardo Pereira, coordenador da CATI, Guilherme Campos, superintendente da Superintendência Federal de Agricultura (SFA-SP), Odemilson Donizete, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP), Ed Thomas, prefeito de Presidente Prudente, Tiago Santos, presidente da Câmara Municipal e Cyro Ferreira, que representou o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (FUNDEPEC/FAESP/CNPC).
Em sua fala, Barrochelo citou os desafios enfrentados para a retirada da vacinação e agradeceu ao corpo técnico da CDA pelo empenho. “É mais uma conquista da Defesa Agropecuária que é o órgão da secretaria que não para, pois ao tirar a vacinação da aftosa, nos deparamos com outros problemas, caso da Influenza Aviária”, disse.
“A defesa se chama defesa, pois defendemos o agro paulista, e é isso o que continuaremos fazendo, ao manter o status dos nossos rebanhos e ao continuar livrando São Paulo de doenças e pragas”, acrescentou.
Na sequência, Piai parabenizou todo o corpo técnico da Defesa Agropecuária e comemorou a conquista. “Estamos aqui anunciando uma mudança que vai beneficiar o produtor paulista, que passa a ter mais competitividade no mercado externo”.
Secretário e demais autoridades celebraram a retirada da vacinação a partir de 2024
“Estamos aqui em um momento histórico para a pecuária paulista, a pecuária que mais exporta carne no Brasil, agregando cada vez mais valor aos nossos rebanhos e impulsionando o agro paulista. A secretaria de agricultura está de portas abertas para darmos continuidade nesse grandioso trabalho”, celebrou o secretário.
Palestras
Após a cerimônia de abertura, foram iniciadas as palestras que compuseram a programação da atividade, que teve como primeira explanação, a apresentação de Amarildo Merotti, que na ocasião, representou a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso.
Em sua palestra, Amarildo apresentou dados e números a respeito do processo de retirada da vacinação no Estado vizinho. “São algumas referências que podem ser usadas aqui em São Paulo a partir de agora”, disse. Além da retirada da vacinação, Amarildo abordou as questões relacionadas ao FESA, o Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado do Mato Grosso.
Na sequência, Cyro apresentou aos presentes, questões relacionadas ao Fundepec e sua atuação a partir da retirada da vacina em território paulista. “É um assunto que diz respeito à atividade de muitos dos que aqui estão”, destacou.
Cyro abordou aspectos legais sobre a atuação do fundo em caso de um surto da doença e falou sobre a necessidade do envolvimento do poder público para a manutenção do fundo indenizatório. “Além disso, o envolvimento do setor produtivo é de fundamental importância para decidirmos de forma colegiada, os próximos rumos”, destacou.
Ainda sobre o Fundepec, Cláudio Brisolara, representando a FAESP, apresentou simulações a respeito de uma taxa, proposta em lei, para que o setor privado contribua com o fundo e ressaltou que todas as tratativas serão feitas de forma uniforme e colegiada entre os setores. “A ideia é que o fundo apoie às ações de defesa para que o produtor consiga refazer o seu plantel o mais rápido possível”.
Para apresentar as ações realizadas pela Defesa Agropecuária ao encontro da erradicação da doença, Breno Welter, médico-veterinário e gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa (PEEFA), apresentou e comentou procedimentos e condutas que são e que serão adotadas para o controle da doença.
“Seguimos pedindo o empenho dos colegas para que possamos manter os altos índices para que o pleito de zona livre da doença seja apresentado à Organização Mundial da Saúde”, comentou Breno, sobre o pleito que será feito dois anos após a retirada da vacinação.
Para finalizar a programação, Gabriel Adrian Sanches, auditor fiscal do MAPA falou sobre as diretrizes federais para a erradicação da doença e abordou questões práticas a respeito das ações de combate da doença a partir do surgimento de um foco. “Para um surto de febre aftosa, nós nunca estaremos prontos, mas sempre podemos estar mais preparados”, previu.
“Os impactos econômicos de um surto de febre aftosa são catastróficos e por isso, uma série de medidas precisam e serão tomadas durante um possível surgimento da doença em território nacional”, completou.
Vacinação
Nesta etapa, devem ser vacinados bovinos e bubalinos com faixa etária até 24 meses, o que corresponde à aproximadamente cinco milhões de animais.
A vacinação de outros animais é proibida e o prazo para imunização do rebanho se encerra no dia 30 de novembro. O produtor tem até o dia 7 de dezembro para declarar a vacinação.
A declaração da vacinação deve ser realizada, de preferência, por meio eletrônico, através do sistema informatizado Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE). Quando não for possível, o produtor poderá acessar a declaração na internet (https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/www/programas/getdocdoc.php?idform=397) preencher e encaminhá-la por e-mail ou entrega-la pessoalmente na Unidade de Defesa Agropecuária mais próxima.
Por Felipe Nunes