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21/11/2024

Febre Aftosa - IV Fórum Paulista aborda ações nacionais para a vigilância contra a doença

Atualizado em 22/11/2024 às 04h37

Atividade aconteceu em Presidente Prudente dentro da programação da Feicorte

Aconteceu na tarde de terça-feira (19), em Presidente Prudente, durante a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne, a Feicorte, o IV Fórum Paulista de Febre Aftosa. Na ocasião, representantes das defesas agropecuárias de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, abordaram junto ao público, as ações que estão sendo colocadas em prática para a vigilância da doença, que teve seu último caso registrado no país em 2006.

Diferente das edições anteriores, o Fórum em 2024 foi em formato de mesa redonda, mediada na oportunidade, pela médica-veterinária Erika Ramos Mello, diretora do Departamento de Trânsito e Análise de Riscos (DETRAR) da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e contou com as contribuições de Rafael Gonçalves Dias, diretor do Departamento de Sanidade Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR), de Daniel Ingold, Diretor Presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) e Breno Welter, gerente do Programa Estadual de Vigilância para Febre Aftosa da CDA.

Dentre os destaques apresentados, estavam a implantação, no Mato Grosso do Sul, do aplicativo “Transportador IAGRO”, que auxilia na fiscalização do trânsito de animais vivos, que é um dos fatores de risco para a transmissão da Febre Aftosa, e os investimentos viabilizados no Paraná a partir da retirada da vacinação, que, nos últimos três anos, já chegaram à casa dos 9 bilhões de reais.

Breno representou a Coordenadoria de Defesa Agropecucária


Rafael falou em nome da ADAPAR


E Daniel abordou as ações da IAGRO

No âmbito paulista, o gerente do Programa Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa abordou a continuidade dos trabalhos de vigilância que visam o reconhecimento internacional como zona livre sem vacinação, pleito que já foi submetido à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e que espera-se ser atendido em 2025.

“Estamos com um sistema robusto de rastreabilidade, realizamos um inquérito que examinou mais de 700 animais, sem nenhum sinal de circulação viral, e estamos trabalhando junto com os demais órgãos de defesa agropecuária do Brasil para juntos alcançarmos o status internacional”, comentou Breno.

CDA, ADAPAR E IAGRO assinaram protocolo de intenção para ações conjuntas entre os Estados

Segunda parte

Ainda dentro da programação do Fórum, duas palestras completaram a programação e deram sequência ao tema. A apresentação do veterinário Luciano Lobo, representando a MSD/Allflex, abordou Sistemas de Rastreabilidade bovídea e sua importância para a pecuária nacional. Em seguida, a palestra de Affonso dos Santos Marcos, médico-veterinário e diretor do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal (DDSIA) da CDA, que apresentou as atualizações referentes ao FUNDESA-PECUÁRIA, o fundo indenizatório paulista.

A respeito dos sistemas de rastreabilidade, Luciano apresentou casos de países ao redor do mundo que já possuem um sistema de rastreabilidade animal individual e os ganhos que a eventual implantação pode trazer ao setor produtivo daquela localidade.

Luciano Lobo falou sobre a rastreabilidade individual e as tecnologias disponíveis para a pecuária nacional

“Esse é um passo essencial e obrigatório para a evolução do status sanitário do Estado de São Paulo, conforme as diretrizes do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA)”, comentou Affonso em sua palestra a respeito da proposta de  fundo indenizatório que deve ser enviada à Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) nos próximos dias.

Desenvolvida pelo Grupo de Trabalho Intersecretarial — formado pelas Secretarias de Agricultura e Abastecimento, de Fazenda e Planejamento e pela Procuradoria Geral do Estado — a proposta contou com a expertise técnica da Defesa Agropecuária, que coordenou estudos minuciosos e reuniu lideranças do setor para discussão. Durante esse processo, o grupo analisou legislações similares de outros estados e trabalhou para construir um projeto que atendesse de forma prática e eficaz às necessidades da cadeia produtiva.

Affonsou fez apresentação que atualizou pecuaristas a respeito do Fundesa-Pecuária, o fundo indenizatório paulista

Affonso ressaltou, ainda, o impacto estratégico do fundo para a vigilância sanitária estadual. “Estamos implementando um mecanismo que não só indeniza o produtor, mas que também assegura a proteção da sanidade animal no estado de São Paulo. Este é um marco para proteção do nosso rebanho e um incentivo à competitividade da pecuária paulista no mercado nacional e internacional”.

Uma Nova Marca

Ainda dentro da programação da Feicorte, Carmen Perez, pecuarista e comunicadora do agro, palestrou dentro da atividade intitulada “Uma Nova Marca do Agro de São Paulo” e fez menção às novas diretrizes para a marcação de bezerras vacinadas contra a Brucelose no Estado de São Paulo e falou sobre as vantagens em substituir a marca a fogo.

Carmen Perez falou sobre bem-estar animal e as vantagens de substituir a marca a fogo para identificação de bezerras vacinadas contra a Brucelose

“É importante estarmos aqui para debatermos um assunto que já está, no mínimo, há uns 19 anos atrasado em relação ao restante do mundo. É necessário que pensemos mais iniciativas para reduzirmos as marcas que causam tantos efeitos negativos”, disse a pecuarista, fazendo menção à opção facultativa que o setor produtivo paulista passa a ter com a opção de identificação por bottons.

“Realizar o Fórum Paulista de Febre Aftosa, englobando a atividade Uma Nova Marca do Agro de São Paulo, durante a Feicorte foi uma excelente oportunidade de disseminação e atualização de conhecimentos que estão diretamente ligados ao público que frequenta a Feira.”, concluiu Erika Mello.

Campanha de Atualização

E está em vigor a Campanha de Atualização de Rebanhos do Estado de São Paulo. Após o fim da obrigatoriedade da vacinação contra a Febre Aftosa, o produtor rural passa, também em caráter obrigatório, a ter que atualizar seus rebanhos junto ao sistema de Gestão de Defesa Animal e Vegetal (GEDAVE). Os proprietários devem declarar todas as espécies, além dos bovídeos, presentes em suas propriedades até o dia 31/12.

A Defesa Agropecuária informa, ainda, que a Guia de Trânsito Animal (GTA), somente é emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, bubalinos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda).

A declaração pode ser feita diretamente no sistema GEDAVE, utilizando a senha do próprio produtor rural. Outra forma de efetuar a declaração é pessoalmente em uma das Unidades da Defesa Agropecuária distribuídas nas regionais e também, através do envio por e-mail do formulário que está disponível em https://www.defesa.agricultura.sp.gov.br/arquivos/sanidade-animal/CAMPANHA_NOVEMBRO_FORMULARIOS.pdf. 

Confira mais fotos em https://www.flickr.com/photos/200974595@N05/albums/72177720322087767/

Por Felipe Nunes

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